Geração X

Ele Desafiou as Regras!

Conheça a História de Ricardo

Por: Deborah Palma e Luciana Buck

O ano era 1959 quando, em São Paulo, nasce Ricardo. Filho único de Antônio, Ricardo cresceu em meio a livros, conversas sérias sobre negócios e num mundo industrial que girava em torno de metas, ordens e autoridade. Seu pai era empresário e em casa, ele era um homem exigente, metódico e inspirador.

Desde cedo, Ricardo percebeu que havia algo estranho na forma como as pessoas lidavam com a vida de maneira rígida e tradicional. Em outras palavras, como se o seu futuro já tivesse sido escolhido sem você ter a liberdade de escolha de aceitar ou não. Enquanto seus colegas sonhavam com profissões tradicionais, ele já fazia perguntas incômodas:

  1. Por que os adultos passavam tanto tempo presos a rotinas que odiavam?
  2. Por que as empresas pareciam prisões disfarçadas de escritórios? Por que ninguém questionava a autoridade?

Durante a adolescência, Ricardo já demonstrava sua alma inquieta. Formou-se, como era esperado de sua geração e classe social. Era inteligente, mas também rebelde. Ele não aceitava as regras sem questioná-las. Queria assumir o comando da empresa do pai, da qual era o herdeiro, mas naturalmente o pai não concordava que isso acontecesse tão cedo.

O ano era 1980 e Ricardo já tinha 21 anos de idade. Mesmo sem ter completado a universidade, ele decidiu ter sua própria empresa e, às vésperas de fechar o contrato para a compra de uma endividada fábrica de vassouras, seu pai cedeu e entregou o comando da empresa para ele. Ricardo se sentiu ainda mais confiante, mas também ansioso pelos desafios. A primeira atitude de Ricardo como CEO foi impensável para muitos: demitir 60% dos altos executivos. O mundo corporativo fazia perguntas como “Quem é este garoto para achar que pode reinventar tudo e demitir quem ele quiser?”. Porém, o que eles não sabiam é que Ricardo estava abrindo um novo modelo de gestão.

Em primeiro lugar, Ricardo decidiu eliminar os crachás dos funcionários, os horários fixos, os cargos e as paredes da empresa. A sua intenção era dar liberdade às pessoas a partir da autogestão, permitindo que os funcionários escolhessem seus próprios salários, contratassem seus superiores e tomassem decisões importantes de forma coletiva. Enquanto para uns, ele era um louco, para outros ele era um gênio por resistir ao controle e enfrentar o conceito de empresa tradicional.

Após essa transformação de gestão empresarial, Ricardo decidiu estudar Administração de Empresas em Harvard que só o aceitou, após ter escrito uma carta criticando a instituição. A sua bravura e coragem deixaram uma boa impressão pelos lugares que ele passava.

Nos anos 1990, Ricardo se tornou uma referência internacional a partir dos seus livros: Virando a Própria Mesa e The Seven-Day Weekend,  que foram traduzidos para dezenas de idiomas e inspiraram líderes no mundo inteiro. Instituições prestigiadas como Harvard, MIT, Stanford ficaram surpresos e curiosos para entender como um brasileiro havia conseguido transformar uma empresa comum em um ambiente vivo, democrático e lucrativo. De fato, nada fazia sentido para Ricardo se não houvesse humanidade. Ricardo sempre quis algo além dos números para que a vida fizesse sentido.

A história de Ricardo é um símbolo de coragem. Um homem que, ainda jovem, criou novas regras ao decidir dizer “não” à lógica da obediência cega, e “sim” à confiança, à liberdade e à responsabilidade compartilhada.

Ricardo Semler, CEO da SEMCO é um verdadeiro símbolo da Geração X (1965-1980), pessoas nascidas durante a Guerra Fria, marcadas pelos avanços tecnológicos e pela globalização, foi a primeira a questionar os modelos tradicionais de trabalho.

A mentalidade e a atuação dessa Geração é marcada por:

  1. Valorizam a liberdade pessoal, a autonomia, e o individualismo.
  2. Adaptabilidade (viveram a chegada do celular, do computador, da web, Busca de autonomia no ambiente profissional.
  3. do streaming…)
  4. Têm uma visão pragmática e realista, e são mais céticos e cautelosos em relação ao futuro.

 Em virtude dos aspectos abordados, é inquestionável que o mundo continua se transformando. A geração seguinte não só herdou esse novo cenário como também trouxe novos aprendizados, desafios, linguagens e uma forma completamente distinta de enxergar a vida profissional.

Não perca o nosso próximo artigo! Vamos abordar sobre a Geração Y e como a sua chegada virou de cabeça para baixo o que já estava em transformação. Se a Geração X abriu a porta da mudança, a Geração Y entrou com os dois pés.